Templários, Portugal, Brasil e a Ciência Sagrada

Minha viagem a Portugal no período de 14 a 27 de abril de 2010 foi uma agradável surpresa, cheia de descobertas, reencontros, sentimentos e sensações como numa rota inversa aos velhos descobrimentos lusitanos.

Mais uma vez várias peças de um quebra cabeças divino se juntaram trazendo insights e compreensões mais profundas, unindo passado, presente e futuro no eterno agora, resgatando e trazendo novas perspectivas de mitos e histórias como as do Graal e dos Templários, tão presentes na alma portuguesa e, por que não, na alma brasileira.

Espero conseguir compartilhar um pouco desta experiência que ainda ressoa em mim.

Esta co-criação começou a se mostrar quando em uma conversa com Mariângela, amiga e organizadora de meus cursos em Fortaleza, consideramos a possibilidade de levarmos meu trabalho para Portugal onde ela já vinha organizando outros cursos desde 2007.

Definida a data começamos a trabalhar na divulgação, mas até uma semana antes da viagem não tínhamos a mínima ideia se haveria um público que, pelo menos, cobrisse os custos da viagem. Teríamos que confiar e nos lançar na aventura d’além mar!

Confesso que por várias vezes tive dúvidas quanto ao potencial daquela empreitada, mas meu sentimento e dois eventos sincronísticos me diziam para ir. O primeiro foi um sonho que tive uns dois meses antes da viagem:

“No sonho eu me via chegando com um grupo de amigos na parte mais ocidental de Portugal. Ao chegarmos em terra firme a sensação era de aventura e havia um desejo de explorar aquelas terras que curiosamente nos pareciam muito familiares. Começamos então a caminhar por velhas estradas, atravessando quintas com suas casas antigas, observando tudo ao nosso redor. Por onde passávamos sentíamos a hospitalidade das pessoas o que aumentou nossa sensação de estarmos em casa.

Por fim entramos em uma das quintas onde havia uma plantação. Ao chegar mais perto da planta para ver do que se tratava percebi que era algodão! Dei uma gargalhada e imediatamente olhei para um de meus amigos e disse uma frase que ele mesmo usava constantemente: “100% algodão!!!” O sonho acabou ali.”

As sensações de amizade, descoberta e ao mesmo tempo de familiaridade foram marcantes naquele sonho. O símbolo do algodão foi particularmente importante, pois um de meus amigos que estava no sonho sempre usa a frase “100% algodão” para dizer que está tudo bem! Além disso, o algodão me lembra de suavidade, carinho e aconchego.

A outra sincronicidade interessante foi um email que recebi de um amigo chileno, exatamente na época do sonho, onde ele simplesmente respondia a um email meu dizendo: “Gracias Manuel!” Ele tinha se “enganado” ao responder para mim. O detalhe é que ele não tinha a mínima ideia de que eu planejava ir a Portugal.

Quando recebi aquela mensagem dei outra gargalhada e tive certeza de que era uma piada do universo. Será que meu alterego português, Manuel, estava se preparando para regressar à sua pátria lusitana?! J

O profeta interior estava me oferecendo um vislumbre da energia que envolveria minha viagem a Portugal. Minhas dúvidas persistiram até o último momento antes da viagem, mas aquelas mensagens do espírito me ajudaram a confiar e me lançar na aventura!

Chegando a Portugal uma forte sensação de familiaridade e bem estar começou a me acompanhar. Mariângela e Gabriela estavam me esperando no aeroporto e logo me levaram para uma volta. Gostei da cidade, tudo muito limpo. Outra coisa que chamou minha atenção foi a grande quantidade de condomínios. Passamos em frente ao belo Estádio da Luz e depois fomos a um ponto turístico mundialmente famoso… o Shopping Center!

Nada de castelos ou torres medievais,

Mas o moderno shopping Center de Cascais.

Até rimou! Lá encontrei uma velha conhecida, a Fenac, onde fiquei admirando os celulares, pcs, TVs LCD 3D e os preços bem mais em conta que no Brasil!

Foi lá também que pela primeira vez reconheci minhas velhas, novas e eternas amigas, Bel e Carlota!

Sim, como diz Vinicius de Morais, “amigos não se fazem, reconhecem-se”. Este foi o sentimento ao encontrar as duas e depois outros amigos e amigas lusitanos.

As duas perguntaram se eu estava cansado e me convidaram para um lanche em seu ap. Respondi que sim, mas que aceitava o convite, pois não queria perder nenhuma oportunidade de conhecer mais a Família portuguesa.

Depois do Shopping fomos para a pousada onde eu ficaria hospedado no Estoril, um balneário residencial muito bonito, próximo a Cascais. A Casa Londres é um lugar simples, mas muito agradável. Com certeza, uma casa portuguesa e… não inglesa!

A metáfora do “100% algodão”, de que tudo daria certo, já começou a se mostrar ali, pois, a princípio, eu ficaria em um quarto menor onde teria que mover a cama e alguns móveis para os atendimentos que faria, caso tivesse algum. No entanto, havia um quarto bem maior, muito agradável, com uma varanda de onde dava até para ver o mar e que estaria disponível por 2 dias, pois já havia uma reserva de uma família que chegaria da Inglaterra. Pensei comigo, “este seria o lugar ideal para ficar e oferecer as sessões!”

Os mecanismos da co-criação e as sincronicidades são mesmo mágicos, pois exatamente naqueles dias aconteceu a erupção do vulcão na Islândia que fechou o espaço aéreo do norte europeu por mais de uma semana, adiando a viagem da família, o que me permitiu ficar no quarto durante todo o tempo que havia reservado para as sessões! Já nas vésperas de partir a família inglesa chegou e pode curtir suas férias na Casa Londres portuguesa.

Com uma sincronicidade daquelas, que me possibilitou estar no lugar ideal, não preciso dizer que as sessões foram um sucesso, não é? Em uma semana (5 dias úteis) realizei cerca de 25 sessões, uma média de 5 por dia! Nada mal para quem chegou sem ter nenhuma marcada! Todos os clientes adoraram o quarto, foi realmente o ambiente perfeito.

Acredito que quando seguimos o caminho do coração com intenção pura, nos colocando a serviço do Ser, estamos sempre no lugar certo na hora certa. Tudo se encaixa de forma perfeita, suave, como uma roupa “100% algodão”! J Foi exatamente isto que senti durante toda a viagem.

Na noite do dia 14/04 fui ao agradável apartamento de Carlota e Bel onde senti harmonia e uma energia muito amorosa. Lá recebi um presente das duas, muito simbólico para mim, um cristal de calcita que elas disseram ser abundante na região de Fátima em Portugal.

Explico porque o cristal foi simbólico: Foi ali em Portugal que comecei minha prática com as sessões de Ativação Medula-Pineal, que havia aprendido há menos de duas semanas com Steve e Barbara Rother num seminário organizado por nós do Farol em São Paulo e no qual fui tradutor. O Grupo, canalizado por Steve Rother, diz que a glândula pineal será cada vez mais ativada devido à evolução biológica e da consciência pela qual passa a humanidade e como resultado surgiriam cristais de calcita nesta glândula com uma importante função na geração de um campo eletromagnético responsável pela comunicação com realidades interiores mais sutis, a comunicação com o Eu Superior, facilitando, portanto a expressão de nosso eu mais profundo. O interessante é que pesquisas científicas muito criteriosas já mostram que há mesmo a presença de “cristais de calcita” na pineal!

Curiosamente Carlota e Bel foram minhas primeiras clientes de “Ativação da Pineal” exatamente no dia 15/04/2010 quando completaram 20 anos de seu relacionamento!

Aquele foi um dia especial, pois durante as sessões com as duas pude sentir uma energia muito suave e amorosa.

A sessão com a Bel foi particularmente intensa e trouxe o que para mim foi a essência da energia e a consciência presentes em todas as experiências que vivi em Portugal. Bel me disse que queria ativar a pineal porque mesmo estando no caminho espiritualista e esotérico há tanto tempo não conseguia “ver” as outras realidades como outras pessoas descreviam. Ela disse que “apenas” sentia um amor muito grande, algo profundamente sagrado, mas que não sabia como expressar, como descrever ou compartilhar.

Então eu disse a ela que sinto que o amor é a verdadeira “visão” para onde todas as outras apontam e também aquela que origina todas as outras.

Para mim, a percepção das realidades sutis, dos seres de luz, da linguagem simbólica do espírito são experiências fantásticas, mas sem a presença do amor tornam-se estéreis.

Foi por sentir um amor profundo, em uma experiência que tive em 1998, que me lancei nesta jornada de autoconhecimento. É ele que eu busco. O amor é a origem e o destino do Ser.

Então compartilhei com Bel aquela que para mim é uma das descrições mais sublimes desta energia sagrada, a carta de Paulo aos Coríntios:

 

 1 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
2 E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
3 E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
5 Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;
9 Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.
11 Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
12 Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.

 

Ouvimos então a música “Monte Castelo” do Legião Urbana, inspirada nesta carta de Paulo e no Soneto 11 de Camões, considerado por muitos o poeta mor da língua portuguesa. Foi literalmente um momento de poesia e beleza, a irmã gêmea do amor.

Após as sessões de ativação da pineal dei a cada uma delas um presente taquionizado, um cordão arco-íris. Acho que o presente não poderia ter sido mais significativo para aquele momento.

Na sexta feira dia 16/4 dei a palestra “2012 O Nascimento da Nova Consciência”, que já vinha intuindo e preparando há algum tempo, onde falo sobre as experiências e insights que me trouxeram maior consciência do significado desta época e os mecanismos envolvidos na evolução da consciência humana, na manifestação de nossa divindade, nossa apoteose. Na palestra também falo de algumas das ferramentas com as quais trabalho (EMF, ativação pineal, Gematria, táquions) e que agem como catalizadores para nossos mecanismos naturais de evolução da consciência, de conexão com o Self, o acesso à inteligência espiritual e inata que carregamos e que nos conduz pelo caminho da auto-realização no amor.

A palestra foi dada em um centro de yoga e havia cerca de 40 pessoas. Acredito que tenham gostado, pois a maioria permaneceu após a palestra e demonstrou muito interesse. A energia estava muito boa realmente.

No dia seguinte apareceram oito pessoas para o curso de EMF. Aquele foi um grupo montado “a dedo”, pois a harmonia, o respeito e o amor que envolveu nossas dinâmicas foram preciosos. Vivemos vários momentos de enlevo, emoções profundas, mas também simplicidade e descontração enquanto estivemos juntos. Havia uma intimidade sagrada no ar.

Segundo a Marta, dona daquele centro de Yoga que já existe há anos, aquele foi o grupo mais harmonioso que já passara por ali. Quanta honra!

Como disse, a energia do amor e da amizade envolveram toda a experiência em Portugal. As oito companheiras de curso foram a Carlota, Bel, Alexandra, Ritinha, Anita, Nina, Isabel e Marta. O próprio grupo se batizou de o Grupo das 8 devido às várias sincronicidades que tivemos com este numero durante o curso.

Tive pouco tempo para fazer turismo e conhecer melhor os lugares, mas os poucos dias que tive foram intensos. Como estava em Estoril só tive a oportunidade de ir a Lisboa num dia entre os atendimentos. O clima estava muito instável em Portugal, mas no dia em que surgiu a brecha, o céu também se abriu e pude curtir um belo dia de Sol com uma temperatura muito agradável.

Peguei o comboio (é assim que os portugueses chamam o trem) e fui até Lisboa. Ao chegar à Praça do Comércio, à beira do Tejo, fiquei admirando a entrada imponente daquela bela cidade histórica e imaginando quantas pessoas e épocas haviam curtido aquele local. Comecei a sentir uma gostosa familiaridade.

Como tinha apenas 3 horas para conhecer a cidade resolvi fazer um passeio turístico de 2 horas num daqueles ônibus panorâmicos. A escolha foi perfeita.

Coloquei o fone de ouvido e iniciamos a viagem. Um sentimento gostoso de nostalgia começou a me invadir enquanto “Lisboa vinha namorar-me”. Sim, o que senti estava magicamente descrito em uma bela canção da cantora Mariza que foi a trilha sonora do passeio. Nada poderia ter sido mais “100% algodão”!

 

 

 

Minh’ Alma

Alma ai! Minh’ Alma
Diz-me quem eu sou
Alma ai! Minh’ Alma
Diz-me para onde vou

Lisboa vem namorar-me lá vou eu
Pelas ruas do passado a correr
O meu fado é o futuro mas eu juro
Meu amor
Que namoro o meu passado
Sem lhe dizer para onde vou

Alma ai! Minh’ Alma
Diz-me quem eu sou
Alma ai! Minh’ Alma
Diz-me para onde vou

Quando saio de ao pé de mim eu sou o mar
Doutras terras, doutras gentes que não vi
O meu canto é o meu sonho não morreu
Meu amor
Meu amor eu sou o povo
Sou mais longe do que eu

Alma ai! Minh’ Alma
Diz-me quem eu sou
Alma ai! Minh’ Alma
Diz-me para onde vou

 

Naquela viagem, músicas, poesias, paisagens, arquitetura, arte, sabores, história, pessoas e Pessoa foram os ingredientes perfeitos e precisos para um verdadeiro banquete da beleza. Só tenho a agradecer ao Divino Chef por tão deliciosa refeição.

Curiosamente, quando cheguei a Belo Horizonte, logo depois de minha visita à terra lusitana, fui a um restaurante que ainda não conhecia. Ao ler o cardápio tive que rir quando me deparei com o prato principal: Bacalhau Espiritual! E aquele não era um restaurante português!

Além de excelente cozinheiro e maravilhoso poeta o Divino Chef tem um sendo de humor transcendental!

Mas, meu relato lusitano ainda não acabou. Depois de passear por vários pontos turísticos de Lisboa como a Avenida da Liberdade, o monumento ao Marquês de Pombal, Torre de Belém, Mosteiro dos Jerônimos, minha alma estava preenchida e ainda saboreando algo que nem sabia direito o que era… Fiquei imaginando de onde viria aquele sentimento de expansão, literalmente “saindo de ao pé de mim e me transformando em mar”, de uma nostalgia gostosa que tocava o futuro.

Seria aquele o sentimento que inspirava os navegadores portugueses a se lançarem na aventura de romper fronteiras para além do conhecido em busca de terras há muito prometidas?

Talvez este seja um sentimento, uma memória presente na alma lusitana e que visionários e profetas/poetas como Padre Antônio Vieira e Fernando Pessoa vislumbraram e chamaram de Quinto Império, o Império do Futuro, o Império do Espírito Santo!

Que estes versos de Pessoa nos digam a verdade:

“ E a nossa grande Raça partirá em busca de uma Índia nova, que não existe no espaço, em naus que são construídas «daquilo que os sonhos são feitos». E o seu verdadeiro e supremo destino, de que a obra dos navegadores foi o obscuro e carnal ante-arremedo, realizar-se-á divinamente.”

(Profecia de Fernando Pessoa, extraída de A Nova Poesia Portuguesa no Seu Aspecto Psicológico, in A Águia, nº 12, II série.)

Não seria a Índia Nova, o Quinto Império o que hoje chamamos de Nova Energia, Nova Terra? Em um nível individual a realização divina no homem e coletivamente a manifestação da Nova Jerusalém, a paz na Terra?

Acredito que sim e também acredito que o que sempre existiu como um potencial, uma promessa em nós desde que nossa grande raça humana surgiu neste pontinho azul encrustado em uma esquina da Via Láctea, hoje se realiza divinamente.

Pego emprestado mais estes belos versos de Pessoa para falar desta promessa que já existia antes mesmo do próprio tempo:

Quando te vi amei-te já muito antes.
Tornei a achar-te quando te encontrei.
Nasci pra ti antes de haver o mundo.
Não há cousa feliz ou hora alegre
Que eu tenha tido pela vida fora,
Que o não fosse porque te previa,
Porque dormias nela tu futuro.

 

Ah, a poesia!

Divina inspiração que,

transformada em verbo,

nos remete de volta

àquele lugar sem forma

que o verbo não pode informar.

 

Seguindo a viagem poética, mágica, espiritual e de redescobertas por Portugal falo agora do passeio de um dia que me levou a acessar várias informações e insights interessantes sobre alquimia, o mito do Santo Graal e os Templários com sua presença marcante na historia e na alma portuguesa e também em minhas experiências interiores.

No dia 26/04 Carlota e Bel me levaram até Sintra, um charmoso e romântico vilarejo a cerca de 30 km de Lisboa. Chegando lá me encantei com a paisagem única. Sintra fica incrustada em uma montanha, rodeada de uma vegetação verdejante em uma atmosfera repleta de história e mistérios.

Visitamos primeiro o belo e mágico Castelo da Pena que se localiza no alto do monte como um Farol a irradiar sua beleza e mistérios esotéricos sobre a região.

Quando Richard Strauss visitou o Castelo da Pena este foi seu comentário:

“Hoje é o dia mais feliz da minha vida. Conheço a Itália, a Sicília, a Grécia e o Egito, e nunca vi nada, nada, que valha a Pena. É a coisa mais bela que tenho visto. Este é o verdadeiro jardim de Klingsor – e, lá no alto, está o Castelo do Santo Graal.”

O passeio começou por um luxuriante jardim, com lagos, árvores, flores diversas, estátuas, além de pequenas construções. A trilha ascendente é um convite à meditação e à reflexão, uma viagem sagrada rumo ao Castelo do Santo Graal.

Tiramos várias fotos no jardim e em uma delas a beleza se manifestou como metáfora do amor. Sobre Bel estava uma luz cor de rosa lembrando um portal, um manto ou ainda um par de asas a nos abençoar!

Ao chegarmos ao topo da montanha, como que saindo das brumas, a visão mística do Castelo da Pena com sua arquitetura sui generis onde ocidente e oriente se encontram nos estilos gótico nórdico (ala ocidental) e árabe granadino (ala oriental).

O Castelo da Pena é uma idealização do Rei Fernando II, homem de vastíssima cultura e sensibilidade refinada que, segundo algumas fontes, era também alto iniciado nos mistérios maçônicos. Os vários símbolos esotéricos presentes na Pena parecem corroborar esta informação.

Logo na entrada do pátio externo nos deparamos com um portal em arco sobre o qual estão as imagens de três rosas em triângulo e na parte de baixo, apontando para os que entram, está uma chave!

Já na entrada do pátio para a parte interna do castelo, encontramos a figura pavorosa do Tritão, que se revela como um guardião do umbral a guardar os segredos do mundo interior! Afinal de contas para chegar-se ao Graal, é necessário enfrentar os medos e as imagens distorcidas que temos de nós mesmos e da vida!

Ao chegarmos ao pátio interno do castelo nos deparamos então com uma vista deslumbrante da região. Dali podia ver as quintas verdejantes, pequenos vilarejos e construções salpicando na paisagem, além do mar azul na parte mais ocidental da Europa.

Com o perdão do trocadilho, é mesmo uma pena não se poder tirar fotos da parte interna da Pena! A decoração é exótica, diversa e requintada, características do romantismo. Um passeio pelo passado, a cultura, a arte e a imaginação. Andar pelos corredores e dependências do castelo foi como saborear um jantar de diferentes aromas, cores e sabores. Algo para ser degustado com cuidado e carinho. Um alimento para a alma.

Depois da visita ao palácio retornamos para o charmoso vilarejo de Sintra e paramos para almoçar e tomar um chopinho no Café e Bar Estrada Velha, afinal de contas, até os anjos apreciam uma boa cerveja!

Depois do pit stop caminhamos apenas alguns metros para chegarmos a um dos lugares que mais me fascinou em toda a viagem, a Quinta da Regaleira, uma verdadeira Mansão Filosofal bem no centro histórico de Sintra.

Diferentemente da atmosfera mágica conferida ao castelo da Pena por sua estética romântica e colorida, que nos remete às alturas uranianas, a Quinta da Regaleira encanta por uma magia diferente, mais sombria e misteriosa, representada no estilo gótico manuelino, que nos lança às profundezas plutonianas.

A Regaleira é uma obra alquímica, legado de um brasileiro, Carvalho Monteiro, nascido no Rio de Janeiro e de família portuguesa que retornou a Portugal ainda criança.

Recheada de símbolos maçônicos, templários, gnósticos, herméticos e alquímicos, o lugar é um convite ao mergulho em si mesmo e à transformação interior.

Uma de suas características mais marcantes é o jardim, onde uma simples caminhada se transforma em um passeio pela mitologia clássica representada nas incontáveis esculturas e construções.  Sua atração principal, no entanto, é o Poço Iniciático, uma torre invertida, uma espécie de axis-mundi, claramente inspirada na Divina Comédia de Dante, com seus nove lances de escada que levam ao fundo da Terra ou que conduzem das profundezas ctônicas para o céu, dependendo da perspectiva que se olhe, representando os nove níveis do inferno, do purgatório e do paraíso presentes na obra do poeta florentino.

Abaixo dos jardins estão túneis, as grutas do labirinto, construídos de tal forma que sob a presença da luz tênue de velas ou tochas, as ondulações nas paredes funcionam como uma tela que projeta figuras sombrias distorcidas com o intuito de invocar do inconsciente os monstros interiores, as sombras, medos e projeções que precisam ser enfrentados e integrados por qualquer um que almeje a iluminação.

Foi exatamente em um daqueles túneis que a magia da sincronicidade plasmou uma imagem sugestiva: em uma das fotos que tiramos eu pareço estar segurando uma espada de luz.

Mas o que a espada representaria? Mais do que uma arma, ou um símbolo Templário, a espada é uma ferramenta mágica e representa a verdade, a intenção pura.

Também gosto do significado que Kryon atribui no livro “A Jornada para Casa”: “Seu mapa o guiará na direção certa, e sua espada da verdade interna será sua luz na escuridão, a frequência vibratória de seu coração terá o som na nota FÁ e soará seu canto de alegria no momento apropriado.”

Por falar em “luz na escuridão” e todo este simbolismo iniciático nas profundezas da terra, foi naquela mesma época, imediatamente depois da viagem a Portugal, que surgiu a sala que se tornou a sede do Farol. Quis a inteligência universal que o Farol se situasse, naquele momento, na Rua Plutão 33! Digo “quis a inteligência universal” por que não foi algo que fiz de forma consciente, simplesmente encontrei a sala com as características que procurava na rua Plutão. Outro detalhe importante é que o número só foi definido mais tarde, pela prefeitura, e para minha grata surpresa foi o 33! Lembrando que Plutão é o equivalente romano do deus grego Hades, o senhor do mundo subterrâneo! E o 33 um número mestre de significado muito importante.

Esta outra sincronicidade escancarada veio reforçar a importância do mergulho no interior da terra para a realização da mestria, representada pelo número 33, não por acaso o mais alto grau maçônico, alguns dos herdeiros dos segredos templários.

Mais tarde naquele ano (2010), em outubro, a mesma mensagem, ou ressonância, alcançou a consciência coletiva através do evento dos 33 mineiros chilenos resgatados do interior da terra! Segundo Kryon aquele foi um evento compassivo profundamente transformador que foi acompanhado por mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo! Uma espécie de renascimento da nova consciência!

Em 2012 tive o privilégio de visitar aquele local juntamente com Lee Carroll e cerca de mais 40 pessoas. O nosso foi o primeiro grupo a visitar o local. Kryon disse que no futuro aquele se tornará um lugar de peregrinação, um símbolo para o nascimento da nova consciência humana, a ação compassiva!

Em outro texto falarei mais sobre a descida ao submundo como uma etapa fundamental no caminho do autoconhecimento. Não é por acaso que os alquimistas, os xamãs de várias culturas, os gregos antigos como os pitagóricos e os órficos, e também psicólogos modernos como Jung reconheciam nesta descida, também chamada de catábase, ou VITRIOL (a sigla da expressão latina “Visita Interiorem Terrae, Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem“, que quer dizer: Visita o Centro da Terra, Retificando-te, Encontrarás a Pedra Oculta (ou Filosofal)), um estágio essencial para a expansão da consciência humana, rumo à totalidade.

Mas neste texto gostaria de me focar na relação entre os Templários, Portugal e eu. O que mais a inteligência universal que coordena estes eventos sincronisticos para nos trazer sentido estaria querendo me mostrar? Talvez que naquele momento eu deveria mergulhar em meu interior para resgatar algo precioso como uma “espada templária”, uma ferramenta mágica, ou um rito sagrado que seriam importantes em meu caminho? Seriam memórias ligadas a uma tradição à qual eu já havia pertencido? Um acesso aos registros akáshicos? Tudo isto ao mesmo tempo?

Ao me fazer aquelas perguntas comecei a juntar algumas peças, experiências anteriores que pudessem ter alguma relação com os Templários e com aquele retorno a Portugal.

Então lembrei-me de três momentos, ou situações que apontavam para uma correlação:

Quando tinha entre 16 e 17 anos tive o impulso de fazer uma tatuagem, em parte para expressar minha rebeldia adolescente, mas também para afirmar minha identidade. A imagem estava bem definida em minha mente e seria um Cavaleiro Templário. Não cheguei a fazer a tatuagem, mas a lembrança permaneceu forte.

Na época ainda não tinha despertado para uma busca interior mais consciente, mas de alguma forma aquele símbolo e o que ele representava já estavam presentes em mim mesmo que em nível inconsciente.

Já no início de meu despertar em 1997 outra informação interessante me chegou através do Diego, irmão do Maximiliano, um amigo, colega de trabalho e companheiro de caminhada espiritual. Estávamos os três muito envolvidos no estudo do espiritismo e nos fenômenos espirituais que estavam fervilhando em nossas vidas naquela época. Em uma das poucas visitas que nos fez em Vitória, ES, Diego nos contou de uma retro cognição, uma lembrança de vida passada, que ele tivera. Basicamente ele se lembrou de uma vida quando eu, ele e o Max éramos integrantes da Escola de Sagres em Portugal. Não me lembro dos detalhes agora, mas lembro-me dele dizer que tivera um alto grau de lucidez durante a experiência e que sentia que aquela tinha sido uma vida de muitos estudos.

Eu não sabia nada sobre a Escola de Sagres e muito menos de sua relação com os Templários, mas em leituras posteriores, de diferentes fontes, aquela informação foi se esclarecendo e revelando sua importância.

A primeira delas foi no livro “Brasil, Coração do Mundo a Pátria do Evangelho” do espírito Humberto Campos por Chico Xavier, escrito nos idos de 1938. Naquele livro, que fala sobre a missão espiritual do Brasil, o Infante Don Henrique de Sagres é retratado como um alto emissário divino encarregado de preparar o caminho para a descoberta do Brasil através da Escola de Sagres, por ele fundada. Ali não há nenhuma menção aos Templários, apenas à importância daquela escola da perspectiva espiritual.

Posteriormente, quando iniciei meus estudos sobre a Umbanda, encontrei informação parecida, mas dentro do contexto da Umbanda esotérica. Aqui está um trecho do livro “Umbanda A Proto-Síntese Cósmica”:

“Expusemos reiteradas vezes, a fim de ser bem assimilado, que o Movimento Umbandista pretende restaurar a verdadeira Umbanda.

Este Movimento Umbandista, que teve sua fase embrionária vários anos antes do “teórico descobrimento do Brasil” desde a fundação da Escola de Sagres, a qual obedecia a nobres planos dos emissários de Oxalá, para o ressurgimento do Aumbandan em terras brasileiras, tem sua infância iniciada apenas no século XIX, em pleno ano de 1889, aqui em terras brasileiras. Este Movimento Umbandista também chamado imperfeitamente de Umbanda, foi lançado no seio da grande massa humana obedecendo a sábios e transcendentais programas evolutivos traçados pelo Governo Oculto do Planeta Terra.”

Novamente a menção à Escola de Sagres como tendo sido criada sob orientação espiritual elevada, neste caso para trazer ao Brasil a sagrada ciência da Aumbandan, oriunda dos tempos da Atlântida. Também aqui não há menção aos Templários, mas a Escola de Sagres é citada como um importante elo na transmissão de um conhecimento espiritual profundo, mais especificamente a Magia Divina, que remonta à época de Atlântida e, quem sabe, à Lemúria?!

Em outros estudos posteriores, no entanto, encontrei referências que ligam a Escola de Sagres aos Templários. Segundo algumas fontes o Infante D. Henrique teria sido Grão Mestre da Ordem de Cristo, que financiou a Escola de Sagres.
É importante observar que na época da condenação e perseguição dos Templários pelo rei Felipe IV da França e o papa Clemente V, em 1307, Portugal foi a única nação europeia que se negou a aceitar a condenação dos Cavaleiros do Templo. D. Diniz, rei português na época, fundou então a Ordem de Cristo que acolheu cavaleiros Templários em solo lusitano. Portanto, neste marcante evento histórico notamos a conexão de Portugal com a tradição Templária, tornando bastante provável a relação deles com o “descobrimento” do Brasil e a transmissão de seu conhecimento espiritual para as terras brasileiras com uma finalidade que parece ser bem maior do que o que podemos vislumbrar a princípio.

Independentemente das diferentes versões desta história todas parecem guardar a mesma essência, a de que um conhecimento ou ciência espiritual elevada que remonta a uma época antiga é transmitido de Portugal para o Brasil com a finalidade de nos preparar para um importante papel num futuro que, acredito, não deve estar muito distante.

Talvez este conhecimento ou ciência não esteja em apenas uma ou duas “tradições”, mas principalmente nos registros akáshicos das Velhas Almas que levam sua essência para diferentes contextos com a finalidade de irradiar a luz espiritual.

Em meu caso específico, não faço parte de nenhuma ordem iniciática, nem mesmo pertenço a alguma doutrina, mas meu caminho, por sincronicidade e afinidade está muito ligado aos ensinamentos de Kryon através da canalização de Lee Carroll.
Não por acaso Lee Carroll canalizou uma mensagem de Kryon em Belo Horizonte em 21 de abril de 2013 (dia de Tiradentes) onde ele diz:
“A área na qual estou agora poderá desempenhar um papel muito maior do que até meu parceiro está consciente. Este pode não ser o centro do governo no Brasil, mas poderá ser o CENTRO DAS IDÉIAS QUE MUDARÃO TODO O CONTINENTE.”

Kryon se refere às ideias de unificação da América do Sul que, segundo ele, será um modelo a ser seguido por todo o mundo, o que por sua vez terá papel fundamental no estabelecimento da paz na Terra que Kryon tem chamado, assim como os Templários, de Nova Jerusalém!

Este modelo, segundo Kryon, será muito mais bem sucedido do que a União Europeia, devido principalmente a dois fatores:  o fato de não termos em nossa história um registro tão intenso de guerras, como na Europa, mas principalmente o fato de aqui, neste continente, estar localizada a nova “Kundalini do planeta”, em outras palavras, o centro da nova consciência, que tem como principal característica a “energia compassiva da mãe”, que irradia de Pachamama para todo o orbe através da “Rede Cristalina”.

Talvez esta seja uma das facetas do grande papel do Brasil como intuído há séculos pelos integrantes da Escola de Sagres. Aliás, isto faz todo o sentido se observarmos outro aspecto importante da história dos Templários, mais precisamente sua origem como Ordem ligada à igreja católica.

São Bernardo, Abade Cisterciense de Claraval, um místico cristão, combatia o racionalismo na igreja. Seus escritos revelam uma estranha e bela teologia mística centrada ao redor de Maria, e da  sabedoria feminina,  como ela aparece no cântico dos cânticos de  Salomão, em outras palavras, a Santa Sofia.

Em 1118 fundou a ordem dOs Pobres Cavaleiros de Cristo do Templo de  Salomão com objetivo de liberar a Europa e todo o oriente médio dos dogmáticos e pseudo ortodoxos cristãos e estabelecer o novo templo de Salomão dedicado a Sofia a sagrada sabedoria feminina.

Portanto, no nascedouro da Ordem Templária está o desejo e a intenção de se restabelecer uma espiritualidade mais focada no feminino, exatamente a energia que começa a irradiar para o planeta a partir da América do Sul!

Voltando ao relato de minhas experiências, o terceiro evento que sugere minha relação com os Cavaleiros do Templo aconteceu em Sedona, EUA em 2008 durante minha formação nas Fases IX a XII da EMF Balancing Technique e a Conferência de Verão de Kryon. Lá se reuniram trabalhadores da luz do mundo inteiro, e muitos encontros ou reencontros interessantes aconteceram. Um deles foi com uma italiana chamada Laura, amiga e patrocinadora do trabalho do Dr. Todd Ovokaitys. Quando me viu ela se dirigiu a mim e disse: “Você é um Templário!” Perguntei por que estava me dizendo aquilo, ao que ela respondeu: “Posso vê-lo em seu campo, está muito forte em você e senti que era importante compartilhar.”

Eu, por minha vez, senti verdade em suas palavras e recebi aquela informação como algo que o universo me entregava através dela. Aqueles foram dias intensos como, aliás, acontece sempre que participo de uma nova formação da EMF, que considero uma iniciação moderna a uma ferramenta sagrada do espírito. Acho importante ressaltar que a EMF foi originada por uma mulher, Peggy Phoenix Dubro, através de uma experiência mística com o que ela chama “A Sabedoria do Feminino Divino”. Talvez por isso a energia templária estivesse forte em mim. Naqueles dias tive também um sonho iniciático com elementos simbólicos relacionados ao mito do Graal que por sua vez está profundamente relacionado à tradição templária :

 

“Eu estava em uma espécie de arena escavada no solo, no meio de um deserto. Era um lugar onde aconteciam lutas. No centro da arena havia o que me pareceu ser uma criatura extraterrestre muito forte com características humanóides. Minha sensação foi de que seria muito difícil alguém derrotá-la. Havia também um homem gigantesco, que parecia um viking, se preparando para enfrentar a criatura, mas eu intui que mesmo ele não seria páreo para ela. Eu e muitas outras pessoas observávamos o combate como nos tempos da Roma antiga, ou como nos modernos MMAs.

Então, percebi em meio à multidão um ser com características de um dragão. Ele tinha em suas mãos uma espada incrustada com uma gema verde, uma esmeralda. Ao vê-la eu soube imediatamente que a única maneira de derrotar o alienigena guerreiro seria com aquela espada, mas para isso teria que, primeiro, tomá-la do dragão! Estava num dilema, pois enfrentar o dragão armado com aquela Espada Mágica, me parecia tão desafiador quanto enfrentar a criatura. O que fazer?

Seguindo meu instinto fui em direção ao ser dragão com a intenção de enfrentá-lo e tomar-lhe a arma, mas para minha surpresa, quando me aproximei ele estendeu os braços e me entregou a espada, como se ela me pertencesse, ou como se eu a tivesse merecido. O sonho acabou ali.”

Acordei com a sensação de que algo muito importante havia acontecido. Três símbolos naquele sonho chamaram minha atenção: o Dragão, a Espada Encantada e a Esmeralda.

A interpretação poderia ser extensa, mas algo que chama a atenção e que pode sintetizar e conectar seu significado é sua relação com o mito do Rei Arthur e do Santo Graal.

O Dragão: Arthur era filho de Uther Pendragon, cuja heráldica era exatamente um dragão vermelho que representava a verdadeira linhagem real, a nobreza. Em algumas abordagens do mito de Arthur como nas “Brumas de Avalon”, o dragão representa a “velha religião” que tinha como grandes sacerdotes Merlin e Viviane.

Mesmo que o dragão seja um símbolo ambíguo, sendo visto como maligno em muitas culturas e mitologias, Kryon nos traz uma perspectiva interessante e parecida com a do dragão do mito de Arthur.

Agora compartilho alguns excertos dos textos de Kryon onde ele fala sobre o dragão:

“Muitos compreendem as criaturas espirituais do solo (o pó da terra), mas também há muitos que não compreendem. Alguns dizem que elas são do mal. Mas não são. Nunca foram. Elas amam a humanidade, e são aquelas que instalaram a rede cristalina. Elas não apenas possuem interdimensionalidade, mas também atributos físicos. Farei agora uma afirmação, e espero que ninguém que esteja ouvindo ou lendo, compreenda mal o significado. De uma maneira interdimensional e metafórica, daremos um nome associado àqueles que fisicamente instalaram a Rede Cristalina, e usarei uma palavra – não compreendam mal. Para alguns, esta palavra criará todo tipo de visões dentro de sua mitologia. A palavra é dragão.

A energia do dragão… não o mal. Por favor, não compreendam isto mal. Metaforicamente, o que o dragão significa para o planeta em sua mitologia? Vivendo sob o solo e muito poderoso, foi a mitologia que fez dele um monstro. Ele viajou de vila em vila, matando. Esta não é a energia do dragão da qual falamos. É difícil descrever porque identificamos isto desta forma para vocês, mas, mais uma vez, é totalmente metafórico e não pode ser explicado para vocês em 4D. Significa força. É estabilidade. É a energia criadora da Rede Cristalina! Outro nome dado à rede cristalina por aqueles responsáveis por ela é a Rede de Luz. Outros a têm chamado de a Rede da Estabilidade… a fundação do planeta, espiritualmente. Tem muitos nomes. É a próxima rede marcada para mudar e em sua alteração irá “apertar a mão” da era da responsabilidade. É isto que vem a seguir.”

 “Demos a vocês uma palavra a qual nunca tinham ouvido de Kryon antes. Nós lhes advertimos para não projetarem sobre esta  palavra a visão de sua mitologia, mas atribuí-la um valor justo, pelo que ela significa espiritualmente. Nós lhes falamos sobre os criadores da Rede Cristalina, a energia do dragão e da nobreza – não o dragão mitológico de sua história, o animal que destrói. Não. Mas a nobreza e a magia da criação, a energia do dragão. Depois dissemos que esta energia do dragão estava re-despertando. Também falamos sobre o que está acontecendo com a Rede Cristalina – que vocês estavam vendo a verdadeira estrutura cristalina, tanto espiritual quanto fisicamente, sendo reescrita no planeta. Foi isto o que dissemos.

Até mesmo no nível básico, aqueles dentre vocês que entendem os cristais sabem que existe uma modalidade de armazenamento lá. Os cristais armazenam frequências, e frequências são uma linguagem. Freqüências, arranjadas apropriadamente, são a linguagem do Espírito – números e ciclos. Até mesmo a malha cósmica é totalmente feita de frequências. Portanto, sigam isto, porque é uma nova informação: A Energia do Dragão desperta, e os criadores da Rede Cristalina começam a alterá-la com a ajuda da humanidade. Vocês estão reescrevendo a informação que está armazenada na estrutura cristalina do planeta. O que vocês estão reescrevendo? Instruções? Não. Vocês estão reescrevendo a história do planeta.”

 “Deixem-me lhes dizer o que está acontecendo. Os cristais dos Registros Akáshicos estão sendo carregados com a Energia do Dragão. Dentro da reescrita da Rede Cristalina vem a reescrita dos Registros Akáshicos. Este é o segredo por trás da reescrita da consciência humana enquanto está sendo modificada no planeta agora mesmo. Vocês estão sendo insuflados com (dragão) nobreza e uma profunda mudança em seu relacionamento com a história no planeta. A reescrita irá, na verdade, modificar suas visões sobre o que aconteceu, não a própria história do que aconteceu. Aquilo foi drama ou lição? Foi parte de um plano ou um caos? Cria raiva e ódio, ou um modelo do que não fazer? Requer ação? Se sim, esta ação é de vingança ou solução? Vocês compreendem o que “reescrita” realmente significa?”

“Tudo bem, estamos quase terminando. A 7ª camada do DNA ainda tem outro nome. É a camada do Dragão – o criativo, a semente estelar; o lemuriano, o Índigo. É uma consciência que desperta e traz a vocês o potencial da semente biológica original. Esta camada tem estado dormente como uma cápsula do tempo. É aquela que tem o médico intuitivo dentro dela.”

“Há dois dias nós mencionamos a energia do dragão. Pensem sobre esta palavra como significando energia Real. Pensem sobre os mestres que possuem a energia do dragão como pertencendo à realeza espiritual da Terra. Eles são interdimensionais – os reis e rainhas que criaram o próprio pó da Terra de maneira que pudesse ser compatível com a humanidade. Vocês podem agradecer a eles, pois quando se moveram para a dispensação do oito,
a Terra estava pronta para vocês. Mas, a grande informação é que do interior do pó da Terra, mais “energia rainha” está emergindo para ajudar
no equilíbrio do planeta. Esta é uma função cristalina, e parte da reescrita sobre a qual temos falado por quase um ano.
É hora de equilibrar as energias feminina e masculina do planeta.”

 

Estas informações de Kryon nos convidam a reinterpretar a energia do Dragão e dar a ela seu verdadeiro valor espiritual. Talvez o “medo do dragão”, representado largamente em nossa mitologia, seja o medo de assumirmos a magia de nossa nobreza espiritual, pois para isto teremos primeiro de acessar as memórias obscuras em nosso registro akáshico para transformá-las. Em muitos mitos o herói precisa enfrentar o dragão antes de ter acesso a um tesouro valioso, como no mito de Jasão e o velocino de ouro, ou então no mito moderno do Hobit onde os anões precisam enfrentar Smaug para recuperar seu tesouro e sua terra natal. Em outros o dragão é o guardião de uma donzela, a mulher amada, como no mito nórdico de Siegfried e Brunhild, ou na própria lenda de São Jorge, patrono da cavalaria e de Portugal. Em ambos os casos o Dragão é o guardião de algo numinoso e talvez sua presença seja um catalisador para que os medos mais profundos, nossas facetas mais obscuras que distorcem a visão que temos de nós mesmos e da realidade, venham à tona para serem iluminados, perdendo sua força paralisante e liberando o caminho para o acesso ao tesouro espiritual que somos nós mesmos em nossa forma mais pura!

Adoro os mitos e a linguagem simbólica! Eles falam com a imaginação e nos dão acesso a um mundo encantado, mágico, dentro de nós! E os Templários com certeza sabiam disto! Na Quinta da Regaleira adivinhem quem está lá, guardando uma das entradas do Poço Iniciático? Dois dragões! E ali há uma sutileza simbólica que nos remete para significados ainda mais profundos! Os dragões guardam uma Concha Nautilus, que por sua vez encerra em sua arquitetura a proporção dourada, a espiral de ouro considerada em geometria sagrada uma espécie de nexo, uma ponte, entre a realidade física e a espiritual!

O DNA humano com seu campo eletromagnético toroidal, tem em si a espiral dourada, que permite o acesso às camadas interdimensionais que Kryon descreve e que incluem o registro akáshico bem como a camada divina!

O Poço Iniciático então ganha outro significado, ele está literalmente dentro de nós, em cada uma de nossas células! Mesmo que os antigos Alquimistas, Templários e Teurgos não tivessem conhecimento do DNA biológico, como temos hoje, eles tinham conhecimento intuitivo de sua estrutura simbólica e energética! Portanto, podemos dizer que seus ritos, como o Poço Iniciático, afetavam o próprio DNA interdimensional dando acesso aos potenciais espirituais dentro deles! Não é por acaso que o conhecimento que possuíam, ou possuem, é chamado de Ciência Sagrada.

No sonho que relatei a princípio tenho medo do Dragão, mas resolvo enfrenta-lo, pois sei que ele guarda uma ferramenta valiosa e importante. O interessante é que quando venço o medo e me aproximo não há batalha, ele simplesmente me entrega o que tem a oferecer, uma espada mágica, a energia que me ajudará a enfrentar e superar o próximo desafio representado pela criatura alienígena.

Muito bacana a ressonância entre este sonho e o simbolismo de minha entrada no Poço Iniciático da Regaleira, pois ao passar pelos dragões e penetrar a escuridão no interior da Terra plasma-se a Espada de Luz! O que aconteceu internamente parece agora estar plasmado fisicamente!

O segundo elemento importante naquele sonho foi a própria Espada Encantada e por isso recorro novamente ao Mito de Arthur para amplificar seu significado.
No mito de Arthur, Excalibur a espada mágica, aquela que ajudará o futuro Rei a trazer paz, prosperidade e harmonia à sua terra, Camelot, está encrustada em uma rocha aguardando o único que poderia retirá-la, o verdadeiro herdeiro da linhagem real. No mito Arthur não precisa enfrentar um Dragão para conquista-la, talvez porque já traga sua energia dentro de si, afinal de contas ele é o herdeiro de Uter Pendragon, cuja heráldica é o próprio Dragão! Portanto, a espada mágica é literalmente um presente do Dragão ou melhor pertence ao Dragão, Arthur!

O mito de Arthur está em ressonância com as informações de Kryon e vice versa. Aliás, o próprio Kryon interpreta esta parte do mito de Arthur em uma perspectiva cósmica:

“A última vez que estivemos sentados em frente de Trabalhadores da Luz, conversamos sobre o mito de Camelot, embora tenhamos dado outro nome a esse lugar: Nova Jerusalém. Explicamos o mito e o potencial do jovem-que-seria-rei. É isso que representa o crescimento espiritual de toda a Humanidade, refere-se à evolução de uma divindade espiritual que levanta o véu e altera a Rede Magnética da Terra, o que permite o despertar de milhões de Seres Humanos que nunca tinham se interessado por sua própria natureza divina. 

Nesse mito, uma espada estava inserida na rocha. A espada e a rocha estavam fundidas, juntas, preparadas para jamais serem separadas. Mas o punho da espada, projetava-se para fora da rocha. Por estarem tão solidamente unidas, ambas poderiam ser feitas do mesmo material. No entanto, quando chegou o momento oportuno, o jovem-que-seria-rei trabalhou alquimicamente sobre aquele conjunto. Então, rocha e espada separaram-se devido à energia operada pelo jovem, o qual retirou a espada dizendo: “Contemplem Excalibur, a espada da verdade!” Excalibur estava viva e cantou a nota Fá, do chacra do coração – o amor. Nesta alegoria, trata-se de uma espada porque, para vocês, começou a batalha com a velha energia. E assim foi que o jovem-que-seria-rei criou a sabedoria da Távola Redonda e a paz que foi Camelot. Isto pode ter sido um mito. Agora, porém, manifestou-se neste planeta e transformou-se na metáfora do Ser Humano do século 21. Porque, o jovem-que-seria-rei é, de fato, uma representação de todos vocês. Os Seres Humanos dispõem da alquimia e da magia. Ao longo dos próximos anos, verão coisas que nunca pensaram que iriam ver, quer espiritual, quer cientificamente. De fato, será outro tipo de mundo. No processo de crescimento espiritual, terão a capacidade de olhar para o passado e criar soluções de futuro; serão capazes de gerar a integridade necessária para decidir o que é conveniente e o que não é, o que deveria ser feito e o que não deveria – uma nova responsabilidade, uma nova dimensionalidade para o jovem-que- seria-rei.”

(Livro IX de Kryon, O Novo Começo)

Portanto, a Espada da Verdade é o próprio amor, a energia mais poderosa do universo, que nos permitirá vencer a batalha contra a velha energia! Esta é a nossa herança, o que nos liga à nossa verdadeira linhagem, a energia divina. Mas há trabalho a ser feito, uma batalha a ser ganha, e a habilidade de manejarmos a Espada da Verdade em todas as suas facetas e possibilidades é fundamental para nosso êxito.

Para mim uma destas facetas é reaprender a linguagem do espírito, discernir aquilo que nos chega da fonte e seguir sua orientação, portanto continuo com a interpretação dos símbolos sagrados e agora falo da Esmeralda, incrustada na Espada que recebi do Dragão.

O primeiro significado e talvez o mais óbvio e profundo é o fato de a esmeralda ter a cor verde do chacra do coração. No entanto, gostaria de amplificar e observar outras facetas por isto me volto novamente para o mito do Graal.

Existem várias versões do mito do Graal e de Arthur que surgiram mais ou menos na mesma época, por volta do século XII sendo uma das primeiras a de Chrétien de Troyes. A este fenômeno se chama o Ciclo Arthuriano. Gosto de pensar nestes fenômenos, onde a mesma ideia parece brotar em pontos diferentes, como o que Kryon chama de “cápsulas do tempo”, energias que são liberadas na consciência humana em determinado ponto do tempo para auxiliar em nossa evolução. Estas “energias” podem se manifestar então como descobertas científicas, expressões artísticas, revoluções culturais, e o Ciclo Arthuriano parece se encaixar muito bem neste conceito.
Pois bem, uma das versões que surgiram naquela época e aquela à qual eu gostaria de me referir, é a de  Wolfram von Eschenbach. Nela o Graal é colocado diretamente nas mãos dos Templários na forma de uma pedra, uma esmeralda! Aqui está um trecho retirado da Wikipedia falando sobre esta versão do mito:

“Para Eschenbach, o Graal era realmente uma pedra preciosa, pedra de luz trazida do céu pelos anjos. Ele imprime ao nome do Graal uma estreita dependência com as forças cósmicas. A pedra é chamada Exillis, Lapis exillis ou Lapis ex coelis, que significa “pedra caída do céu”.

É a referência à esmeralda na testa de Lúcifer que representava seu Terceiro Olho. Quando Lúcifer, o Anjo de Luz, se rebelou e desceu aos mundos inferiores, a esmeralda partiu-se e sua visão passou a ser prejudicada. Um dos três pedaços ficou em sua testa, dando-lhe a visão deformada que foi a única coisa que lhe restou. Outro pedaço caiu ou foi trazido à Terra pelos anjos que permaneceram neutros durante a rebelião. Mais tarde, o Santo Graal teria sido escavado neste pedaço. O alemão tem como modelo de fiéis depositários do cálice sagrado os Cavaleiros Templários.”

Mais uma vez gostaria de lembrar que os mitos não devem ser interpretados literalmente, sob o risco de perdermos a sabedoria contida neles. A linguagem metafórica dos mitos sempre aponta para algo que está além dela. Minha interpretação deste trecho é que Lúcifer, o Anjo da Luz, é nossa natureza espiritual pura, intocada pela dualidade da Terra, da matéria, ou então, como nos lembra Kryon, a parte de nós que permanece do outro lado véu. Neste estágio, antes da “rebelião”, nossa visão era inteira, nosso olho espiritual estava intacto, não havia dissociação. A “rebelião contra Deus”, representa uma separação, a encarnação da centelha espiritual, a “descida aos planos inferiores”, ao mundo da dualidade, por nossa própria vontade e não uma rebelião literal, com uma suposta subsequente punição por parte de Deus. Aliás, esta própria ideia, se tomada literalmente, já seria reflexo da visão deformada, pois sendo todo amor, como poderia Deus alguma vez punir?  Neste processo de separação a visão do todo é “perdida”, a esmeralda da visão espiritual, a sabedoria do coração, se fragmenta e é substituída por uma “visão deformada”, parcial, que cria então a sensação de “exílio do paraíso”.

Estamos na dispensação do 8, na era da responsabilidade, portanto já é hora de colocarmos as coisas no seu devido lugar, integrarmos e pararmos de projetar o mal fora de nós e atribuí-lo a alguma entidade, da mesma forma que o bem. Como nos mostra o mito ainda carregamos um pedaço da Esmeralda bruta em nós e assim como os Cavaleiros Templários, ao utilizarmos a ciência sagrada com a intenção pura, podemos poli-la, torna-la em Cálice, para celebrarmos a restauração de nossa totalidade, ajudando a trazer harmonia a Camelot, literalmente manifestando a Nova Jerusalém.

Invoco novamente as inspiradas palavras de Paulo, que certamente sabia desta verdade, para reforçar a importância da integração:

“Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado.”

“Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.”

E com esta interpretação dos símbolos presentes no sonho iniciático vou chegando ao fim de mais este Texto Consciencial. 

O que começou como uma viagem a Portugal se transformou num mergulho nos registros akáshicos para resgatar e trazer à tona a sabedoria do espírito guardada tão bem pelos Cavaleiros Templários que, como diz o poeta, “caminham em mim” e, com certeza, em muitos dos que leem esta mensagem.

Faço aqui minha homenagem aos Templários e a Portugal, compartilhando mais esta bela canção de Mariza inspirada no poema de Fernando Pessoa, “Cavaleiro Monge”!

Que possamos liberar seus segredos de luz, sua ciência sagrada, para o cumprimento das antigas profecias no surgimento da Nova Terra, onde caminhamos libertos!

E assim é.

 

10/02/2023
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