EMF e Alquimia#3 – Hecate a Guia Cósmica

Hecate, Anima, Sophia e Anima Mundi

Conduzindo ao Centro Verdadeiro

O Centro Galáctico e o Ano 2012

 

Continuando o processo da alquimia interior em março de 2005 sonhos e sincronicidades me trouxeram ainda mais consciência deste processo. Desta vez as informações e dinâmicas se relacionam com Hecate, uma “deusa grega” que no mundo interior é a própria alma ou Sophia, sendo ela quem conduz o individuo pelo reino inferior durante o processo de purificação das sombras como, aliás, tem acontecido comigo. Além de Hecate/Alma/Sophia o mesmo sonho trouxe informações importantes que tem a ver com ciclos cósmicos e as energias que entram no planeta neste momento de transformação e renascimento representados no tempo linear, ou cíclico, pelo ano 2012. Na época do sonho compartilhei a experiência em uma lista da Internet chamada a “Fonte de Hécate”.

Vamos ao relato da experiência que fala por si só:

“Na noite do dia 3 de março de 2005 tive um sonho muito interessante e que para mim se relaciona com Hécate e com a “purificação da alma” (anima), representada pela própria deusa. Uma sincronicidade que rolou no dia seguinte ao sonho facilitou o encaixe de mais peças do quebra cabeças. Na verdade parece que quando a informação tem a ver com o caminho da alma ela se apresenta de maneiras não lineares e inesperadas, unindo consciente e inconsciente de forma mágica num amálgama de significados.

Antes da parte mais lúcida do sonho me lembro vagamente de estar conversando, ou acessando informações sobre Hécate. A imagem de Hécate estava bem presente em minha consciência, mas eu não tinha clareza da informação. Logo após esta impressão difusa veio a parte onírica.

“No sonho eu me encontrava em um local cercado por uma tela prateada (ou seria platinada?), juntamente com outras pessoas. Algumas tentavam sair daquele lugar, mas quando estavam do lado de fora da cerca eram assaltadas por uma matilha de cães, alguns com aparência virulenta, pareciam estar contaminados pelo vírus da raiva.

Ajudei algumas pessoas a voltar para dentro do ambiente cercado que, apesar de restrito, era um local seguro onde os cães não podiam entrar. O interessante é que de lá dava para ver o que ocorria na parte de fora, que parecia uma cidade fantasma infestada de cães e alguns seres humanos que surgiam sempre desesperados tentando fugir daquelas criaturas sombrias.

Ao observar o ambiente externo tive certeza de que não dava para sair na raça e enfrentar os animais que eram muitos. Tinha que encontrar uma outra saída.

Foi então que comecei a procurar algo dentro do abrigo onde estava; eu sabia que a solução para expandir a realidade e sair do confinamento tinha de estar ali.

Logo em seguida encontrei um objeto e tive a certeza de que era a chave. Era um pedaço de âmbar que continha algo fossilizado, que não era um ser vivo, mas parecia algum tipo de escritura. Olhei bem para o objeto, porém não conseguia discernir com clareza o que estava em seu interior devido à opacidade do âmbar; no entanto, me pareceu algum símbolo astrológico que lembrava muito um desenho de Jacob Boehme chamado Dreyfaches Leben, que mostra a esfera celeste envolta pela eclíptica zodiacal, sendo que o signo de touro está bem no centro da imagem. Alguns dizem que esta imagem representa o eixo Centro Galático – Anti Centro Galáctico, que por sua vez representaria o caminho da alma, mas esta é uma outra estória.

O sonho terminou no momento em que eu examinava a relíquia arqueológica.”

Despertei com toda a informação do sonho e me pus a refletir.

No dia anterior havia começado a ler um livro chamado Hecate Soteira, de Sarah Iles Jhonston, um estudo sobre o papel de Hécate nos Oráculos Caldaicos (um texto inspirado que circulou nos círculos do paganismo tardio e nas escolas de filosofia). Uma leitura muito interessante, que recomendo a todos os que têm interesse em Hécate e vice versa.

Lembrei me que um dos capítulos do livro, o qual ainda não havia lido, chamava-se “Os Cães-Demônios Caldaicos”!

Não perdi tempo e comecei a ler o capítulo em questão. As peças se encaixaram e comecei a ter uma visão mais clara e aprofundada de toda a experiência, da informação contida nela e da perspectiva atual de minha própria caminhada interior.

No capítulo em questão a autora transcreve fragmentos dos Oráculos que contêm referência aos cães-demônios e faz uma análise de sua relação com Hécate. Os trechos em questão são os seguintes:

 

Fragmento 90

Pois, de fato do útero

da Terra surgem cães que

nunca revelam um sinal verdadeiro ao homem mortal

 

Fragmento 91

Condutora dos cães do ar, da terra e da água.

 

Fragmento 135

É essencial que você não encare estes cães antes de

iniciar seu corpo.

Pois sendo cães terrenos e difíceis não tem pudor,

e enfeitiçando almas eles constantemente desviam-nas dos ritos.

 

Fragmento 156

Aqueles que vivem uma vida miserável não permanecem afastados dos cães irracionais

 

A descrição destes cães e o toque para se manter afastado deles enquanto a iniciação do corpo ainda não está completa se encaixaram como uma luva com a informação do livro interior do sonho.

Outra sincronicidade que rolou dois dias depois do sonho foi o fato de ter assistido o filme “Jornada da Alma” que retrata parte da vida de Sabrina Spielrein e seu relacionamento com Jung. Em dois momentos do filme, quando Sabrina é ameaçada pelo exército vermelho e depois quando é pega pelos nazistas, Jung pressente a ameaça quando visualiza matilhas de cães correndo pelas redondezas!

Voltando ao livro, agora transcrevo os comentários da autora sobre o significado e o contexto onde as informações sobre estes cães surgem e o seu relacionamento com Hécate:

 

“De acordo com os fragmentos, estes cães desafiam os teurgistas de diversas maneiras, enganando-os com falsos sinais ou symbola, despudoradamente desviando suas almas, através de encantamentos, dos ritos que poderiam salvá-los. Estes cães apresentam uma atração irresistível para as pessoas muito fracas para viver a vida apropriada.”

 

“Um leitor deste fragmento que esteja familiarizado com a religião grega será lembrado da conexão próxima e quase que exclusiva de Hécate com o cão; dada a proeminência de Hécate no sistema caldaico, é uma suposição natural a de que quaisquer cães mencionados nos fragmentos do oráculo devem estar envolvidos com ela de alguma forma. A suposição é encorajada pelo fato de que “chariotress” (condutora), a versão feminina de “charioteer” (condutor), é usada no fragmento 91, indicando que uma deusa, ou pelo menos a personificação de um nome feminino, controla estes cães.

Mas o comportamento dos cães não combina com a natureza da Hécate caldaica como tem sido revelado até agora; Hecate/Alma alimenta e auxilia o teurgista , enviando-lhe iynges e symbola que o ajudam em seus esforços teurgicos ou manifestando-se ela mesma para responder às suas perguntas. Ela é tanto a fonte quanto o Elysium temporário de sua alma, e também a fonte de artigos tão desejáveis como a “virtude” e a “vida”. Como ela poderia ser a senhora destes cães demoníacos?”

 

Pergunta interessante, não?! Continuando a observação das informações contidas nos Oráculos Caldaicos e os comentários da autora, no fragmento 54 têm-se:

 

A grande Physis está suspensa nas costas da deusa.

 

E a autora comenta:

 

“De acordo com antigos comentadores que discutiram o fragmento 54, Physis estava intimamente relacionada, no entanto era distinta de Hécate/Alma, que era sua fonte.”

 

“O sistema caldaico levou a idéia platônica de uma Alma dividida um passo adiante: ele separou a parte irracional da Alma da própria Alma dando a ela uma existência e tarefas próprias. Isto é provado não apenas pela descrição de Physis emergindo ou se pendurando em Hécate, mas também pela indicação de que ela poderia ser invocada por seu próprio nome assim como qualquer outro deus.”

 

“No sistema caldaico, Physis era a líder e a fonte dos demônios e cães demoníacos – em nenhum lugar nos oráculos ou nos textos de seus comentadores estas entidades estão conectadas com Hécate.”

 

“Tendo adotado Hécate como sua deusa salvadora e enfatizado os aspectos transmissivos, mediadores e positivos de sua personalidade tradicional, o sistema caldaico deixou de considerar suas qualidades menos desejáveis.”

 

“Physis se apresentou; como a parte inferior da alma e, portanto, intimamente ligada a Hecate, ela pode assumir os demônios enganadores e destrutivos cujos poderes, em qualquer circunstância, imaginava-se emergir do mundo híllico que Physis permeava. Hécate manteve o controle dos “bons” demônios ou mediadores – os anjos, os iynges e os symbola/synthemata que ajudavam os homens buscando salvação. Com efeito, a Hécate tradicional se tornou duas deusas no sistema caldaico – a Hécate/Alma celestial e a Physis terrena.”

 

Até recentemente, em minhas próprias experiências, os cães haviam surgido como símbolos de Hécate, como guias, que estavam sempre associados com o trabalho com as trevas, ou a sombra em mim mesmo. Ultimamente, porém, os cães têm surgido como representações das próprias vicissitudes, mas tem se mostrado como algo mais externo do que interno, o que não acontecia anteriormente. É interessante observar que estou finalizando um grande ciclo de descida ao Hades e purificação da sombra, portanto a “separação” dos cães está em perfeita ressonância com este fato psíquico.

Com este ultimo sonho e as informações dos Oráculos Caldaicos, começo a compreender e a observar um maior grau de diferenciação, ou seja, os cães demoníacos ou raivosos não mais representam a Alma/Hécate/Sophia, mas algo diverso dela. Para mim isto se relaciona com o processo de purificação da sombra, o que permite a visão mais clara da própria alma. Portanto, o termo “purificação da alma” não é muito apropriado já que a alma já é pura, porém a relação da consciência com a dualidade da matéria é que projeta uma sombra sobre esta pureza.

Interessante que no sistema caldaico os cães estão relacionados com outra deusa e não com Hécate. Isto talvez indique um amadurecimento da própria Hécate, revelando uma outra face dela que não a de guardiã das portas infernais, ou senhora das sombras, mas a guardiã do próprio mundo inteligível (mundo espiritual), a Anima Mundi! Em uma abordagem psicológica seria a própria anima em seu estado mais puro, assim como Jung identificou Sophia, o quarto estágio do desenvolvimento da anima. Na verdade, não é que Hécate/anima estejam amadurecendo, já que como alma ela já é pura, mas a relação dos homens daquela época e daquele contexto com sua própria alma é que estava mais amadurecida.

É interessante observar a imagem de Hécate na capa do livro Hecate Soteira. Ela mostra uma figura feminina com três faces, sendo que duas olham de perfil para direções diametralmente opostas e a outra, perpendicularmente a estas outras duas, encara o leitor. Considerando a simetria e a idéia de complementação dos opostos a imagem parece sugerir que existe uma quarta face de Hécate, oculta da vista do leitor. Talvez seja a própria face da Hécate caldaica.

Talvez também não seja por acaso que homens considerados sábios como Proclo e Jâmblico viam no sistema caldaico uma verdadeira revelação divina. Proclo chega mesmo a afirmar que se pudesse tirar todos os livros antigos de circulação o faria, com exceção do Timeu e os Oráculos Caldaicos.

As informações deste livro me ajudaram a ter mais clareza inclusive do papel de Hécate como dispensadora de “armas teúrgicas”. Em meu processo de purificação interior tenho realmente recebido armas que me auxiliam na “batalha pela iluminação”! Agora sei de onde vêm!

Acredito que tenha sido Hécate/Alma/Sophia quem me enviou o artefato ou símbolo representado pela imagem envolvida pelo âmbar.

Uma vez tendo finalizado um grande ciclo de purificação da sombra, acredito que a nova face de Hécate se torne mais clara através da utilização ou integração dos próprios símbolos que ela me entregou.

O âmbar tem um simbolismo muito interessante, mas o que primeiro me veio à consciência tem a ver com o fato do próprio âmbar se tratar de um fóssil o que aponta para uma informação ancestral e primitiva, talvez de uma camada primordial e também central da psique.

O âmbar em si é um símbolo que aponta para o lar, o paraíso! Quando Apolo foi expulso do Olimpo, tendo se refugiado no país dos hiperbóreos, diz-se que chorou lágrimas de âmbar. O âmbar, portanto pode ser compreendido como a própria saudade de casa, um link com este estado de consciência de bem-aventurança. Está associado a Apolo e como diz Chevalier, “representa o fio psíquico que liga a energia individual à energia cósmica, a alma individual à alma universal. Simboliza a atração solar, espiritual e divina.”

Este significado atribuído ao âmbar me parece coerente com o novo ciclo que se inicia em meu processo, afinal de contas, após a “noite escura” vem a luz do sol, a direção leste da roda da cura indígena onde se encontra a porta do lar.

No interior do âmbar existe ainda uma camada mais central e mais primitiva que ainda não enxergo muito bem, mas que desconfio tenha a ver com uma camada do DNA ou da psique que se relaciona com os astros e também com o próprio centro da galáxia. Mas, um passo de cada vez. Com certeza a informação se esclarecerá no momento apropriado, como, aliás, tem sido até agora.

Acredito que após esta iniciação final do meu corpo, assim como os antigos teurgistas, eu possa encarar os cães de Physis como eles são, manifestações da dualidade própria da vida na Terra, porém sem me aprisionar ou me deixar enganar por eles através do espelho das projeções, prescindindo até mesmo da tela de prata que nos separa.

Abraços Hecateanos”

 

Logo após este relato, vários fatos relacionados com a mensagem do sonho aconteceram revelando múltiplas facetas do seu simbolismo!

Por volta do dia 10 de abril, logo após um curso de EMF que havia dado em São Paulo, tive outro sonho revelando importantes resoluções internas.

“Estava mais uma vez na fazenda de minha avó materna juntamente com várias pessoas de minha família biológica (internamente este local representa a morada dos velhos contratos cármicos/complexos, mas também o ambiente onde estão sendo resolvidos). Enquanto estávamos ali surgiu o cachorro da fazenda e quando o observamos percebemos que ele estava contaminado pelo vírus da raiva.

Quando o vi soube que a situação precisaria ser resolvida, ele não poderia ficar vagando por ali daquela forma. Senti que a única maneira de resolver a questão seria sacrificando o animal.

Olhei então para meus familiares buscando neles algum apoio, mas parecia que ninguém queria realizar aquela tarefa. Percebi então que teria que realizá-la sozinho. Quando tomei consciência do fato surgiu no ambiente o objeto que me permitiria executar o trabalho, um revólver prateado (na verdade esta cor que tem surgido nestes sonhos se refere à platina, mas esta é outra estória). Quando tomei a decisão de pegar a arma, instantaneamente o cão foi imobilizado.

Aproximei-me dele e senti uma certa relutância em realizar o que era necessário, pois aquele cão era parte da família. Foi então que ele começou a comunicar-se comigo, pedindo que eu o sacrificasse, pois desde que fora contaminado pelo vírus, já não era mais ele quem estava ali. Ao ouvir a essência daquele ser me pedindo para realizar o sacrifício minhas dúvidas se foram e então fiz o que devia ser feito.

Logo após a morte do cão disse a alguns familiares para que não se preocupassem, pois já havia pressentido aquela situação. E o sonho terminou aí.”

Para mim ficou clara a mensagem. O “cão raivoso da família” representa a ressonância interna com a energia dos cães de Physis. O sacrifício representa a transformação necessária para que a essência seja libertada da distorção gerada pelo vírus, facilitando a purificação e a eliminação das projeções.

Outros fatos que aconteceram exatamente no dia seguinte ao sonho ajudaram a esclarecer ainda mais o seu simbolismo e também a dinâmica energética que estava ao meu redor. Duas amigas que não se conhecem, uma de São Paulo e outra de Belo Horizonte me trouxeram informações similares. Ambas relataram ter entrado em contato com pessoas diferentes que estavam se utilizando das informações e do nome de Kryon de forma duvidosa, deturpando a essência de suas mensagens que tem a ver com capacitação pessoal, equilíbrio e autonomia espiritual.

Imediatamente reconheci os “cães de Physis que não mostram um sinal verdadeiro aos homens mortais”. São os guias cegos, os falsos centros, simbolizados pelos cães raivosos, que afastam as “pessoas em busca de salvação” do caminho da alma.

Em outras épocas ficaria injuriado, querendo fazer justiça e desmascarar os “impostores”. No entanto, hoje sei que a luta acontece em meu interior. Brigar com o espelho de nada adianta. Tudo é apropriado, o importante é discernir e fazer escolhas conscientes a partir daí. Por isso o toque para “não encarar os cães de Physis enquanto o corpo não estiver iniciado”.

Outro capricho do universo, exatamente enquanto escrevia estas palavras (20/05/05) uma conhecida de Florianópolis me ligou comentando sobre um centro em São Paulo que tem utilizado as mensagens de Kryon também de forma duvidosa. De forma mágica no Agora este fato me levou a unir mais algumas peças do quebra cabeças no caminho da purificação.

No início de 2004 tive uma interação com a pessoa responsável pelo centro em questão, onde buscava uma associação para facilitar a divulgação de meu trabalho, porém devido a um mal entendido e a uma situação inesperada, facetas obscuras que envolviam as intenções presentes se revelaram e aquela aliança acabou não acontecendo.

Foi exatamente naquela época que tive outro sonho muito importante, o qual trazia uma chave fundamental para meu processo de ascensão e individuação.

Durante um final de semana em que estava em Sampa para ministrar um curso da EMF tive o seguinte sonho:

“Me encontrava juntamente com alguns amigos em uma espécie de sala de aula. Aguardávamos a chegada do instrutor que surgiu logo em seguida. Uma figura simpática com barba e cabelos brancos se apresentou dizendo que aquela aula tratava-se de “soluções energéticas contidas em símbolos e metáforas”! Que tema, não?!

O instrutor pediu então que cada um apresentasse símbolos ou metáforas que contivessem soluções para seus caminhos de crescimento pessoal. A primeira a se manifestar foi Lucimara. Ela segurava uma lâmpada (como a de Aladin) dizendo que a solução para suas questões estava naquele símbolo. O instrutor então lhe deu os parabéns dizendo que era aquilo mesmo. Chegada minha vez, eu disse que as soluções para minhas questões estavam presentes no mito de Jasão e Medeia. Com o mesmo tom de incentivo o instrutor aplaudiu. Lembro-me que outras pessoas falaram de seus símbolos, mas a informação não ficou clara em minha memória.”

Ao voltar para BH contei o sonho para a Lucimara que me olhou surpresa. Logo em seguida ela compartilhou que naquela mesma noite sonhara que procurava o gênio da lâmpada! Aquela sincronicidade só veio a fortalecer a consciência da relevância das informações daquele sonho.

Como não tinha um conhecimento mais aprofundado do mito comecei a pesquisar, mas foi no livro de Junito Brandão que encontrei a informação ressonante com o meu momento, na interpretação de Paul Diel.

Basicamente Paul Diel ressalta um processo de iluminação espiritual “mal sucedido” devido à falha de Jasão em realizar o processo de purificação interior com integridade, burlando o aprendizado e o desenvolvimento necessários, trocando assim o ouro espiritual por uma falsa posição de realização e liderança. A influência de Medeia foi um dos fatores fundamentais para a perversão do caminho de individuação e ascensão de Jasão. Neste contexto, como eu observo, Medeia representa um estágio da alma ainda não purificada das influências sombrias. O interessante é que Medeia era uma sacerdotisa de Hécate, uma feiticeira, que não abria mão de encantamentos, seduções e manipulações diversas para alcançar seus objetivos.

No entanto, à luz da reflexão a respeito da Hecate Caldaica, entendo a Hecate de Medeia como um estágio da alma em que esta está “contaminada” ou obscurecida pela energia dos cães demoníacos ou raivosos de Physis.

O mito revela de forma dramática as conseqüências ou a co-criação resultante do auto engano de Jasão nas fatalidades que ocorrem em sua vida tais como o extermínio de sua prole, o assassinato de sua noiva, a princesa Gláucia (representação da pureza da alma), e a ironia de sua morte no final do mito.

Bem, o mito veio chamar a minha atenção para a importância da intenção pura no caminho da individuação. Na época estava em uma fase do processo de purificação interior onde vários aspectos, dinâmicas e personagens de meu mundo interno começavam a se tornar mais conscientes para mim. Foi inclusive nesta época que Hecate começou a se revelar de forma mais clara como guia e dispensadora das energias e armas necessárias ao caminho de volta para casa.

Voltando ao início de 2004, foi naquela época que procurei mais informações sobre Hecate, tendo inclusive chegado à lista de mesmo nome. Foi também naquela época que aconteceu a quase associação com a pessoa e “líder espiritual” de quem falei há pouco. Hoje com a visão que tenho compreendo que aquela parceria seria como a associação de Jasão e Medeia, comprometendo a pureza da intenção.

Na verdade, através da dinâmica que rolou pude discernir melhor, perceber algumas projeções e fazer uma escolha diferente.

Assim, unindo estas informações fica ainda mais claro o significado dos cães raivosos e sua ressonância com o mundo exterior. Agora também fica mais claro que os cães são sim símbolos de Hecate, diferentemente da análise de Sarah Illes Johnston, porém os cães sadios e os raivosos representam diferentes graus de purificação!  De certa forma eles também representam os centros verdadeiro e falso que podem tanto conduzir a uma iluminação espiritual quanto perpetuar a obscuridade.

Continuando o clareamento das informações e símbolos contidos no sonho com o âmbar relato outros fatos sincronísticos que tem me ajudado nesta tarefa.

Pouco depois de postar o relato do sonho na comunidade “A Fonte de Hecate” comecei a ler um livro chamado Galactic Alignment (Alinhamento Galáctico), de John Major Jenkins, que me facilitou a compreensão do timing e dos mecanismos  de iniciação ou evolução coletiva pelo qual a Terra passa atualmente, me ajudando a entender melhor o por que do ano 2012 estar associado a esta grande mudança na consciência humana.

O livro também me ajudou a perceber que este conhecimento estava presente não apenas na cosmovisão dos maias, mas também dos egípcios, hindus vedantas, gregos, na alquimia européia, nos mistérios mitraistas, enfim, em varias vertentes que buscavam e buscam a compreensão do espírito humano alem das limitações do plano físico. Ou seja, a informação esteve sempre disponível para aqueles que tinham olhos para ver.

Mais uma vez as informações do meu interior, trazidas no sonho que acabei de relatar, conectaram-se com as informações trazidas em mais este livro. O toque para me aprofundar neste significado ficou ainda mais patente em quatro sincronicidades que aconteceram no decorrer do mês de abril.

No dia 15/04 estava de carro com uma amiga pelas ruas de São Paulo quando em nossa frente entrou um carro prateado com a placa DIG 2012! Imediatamente comentei com ela: “Olha que interessante! A palavra “dig” em inglês significa “cavar” ou “aprofundar-se”. Será que o espírito deseja que me aprofunde no significado do ano 2012?!”

A resposta e a confirmação a esta pergunta vieram duas semanas depois. Estava em BH na casa de meus pais procurando alguns livros em meio a um amontoado deles quando encontrei a Divina Comédia e um jogo em CD Rom que não via há anos. Na capa do jogo vi o seguinte título “The DIG – uma aventura no espaço profundo”! Putz, como se não bastasse o título, o desenho da capa mostra astronautas cavando o solo, e do buraco que fazem irradia-se luz!

Será que esta é a luz que irradia do buraco negro no centro de nossa galáxia?! Será que a luz é o resultado desta escavação que o espírito me pede para fazer?!

Bem, é isto o que sugere John Major Jenkins em seu livro “Galactic Alignment”. O alinhamento galáctico seria o alinhamento de nosso sistema solar com o eixo “Centro Galáctico-Anticentro Galáctico”que ocorrerá durante o solstício de 21 de dezembro de 2012. Este é um alinhamento que ocorre em períodos de 26000 anos devido à precessão dos equinócios. Segundo as informações presentes nas tradições espirituais que citei anteriormente, estes alinhamentos trazem consigo o potencial de um renascimento espiritual da coletividade humana, a era de ouro!

Este toque sobre ciclos de alinhamento astronômico esteve presente também em outro fato que ocorreu no dia 21/04. Naquele dia nos reunimos no Farol para compartilharmos uma mensagem de Kryon que igualmente trás informações profundamente ressonantes com o sonho do âmbar e toda esta estória de alinhamentos, mas isto abordarei em seguida.

Naquele dia à tarde eu, Lucimara, Kelsen e Yubi resolvemos assistir a um filme. Fomos à locadora e escolhemos quatro títulos: “O Cubo”, “Modigliani”, “Equilibrium”e um outro do qual não me lembro o nome. Exercitando a democracia e o poder do “livre arbítrio” (há controvérsias quanto a isto; Yubi e Kelsen que o digam) fizemos uma votação e o escolhido foi o Cubo e olha que eu nem votei nele.

A princípio, o Cubo é um filme de suspense e thriller psicológico, no entanto talvez sua mensagem mais profunda esteja na metáfora do próprio Cubo que representa uma espécie de prisão, onde os piores aspectos da natureza humana acabam se revelando.

No entanto existe uma saída daquele estado de repressão e ele se dá através de um alinhamento! Sim, dentro do cubo existem vários cubos que se movimentam ciclicamente, as “rodas dentro de rodas”. Em um momento e posição específicos forma-se uma ponte que é a passagem para a liberdade!  No entanto, para que as pessoas que estão dentro do cubo possam sair é necessário que decodifiquem as coordenadas presentes em uma série de números gravados em cada pequeno cubo dentro do maior. A única pessoa que tem a chave é um personagem com características autistas que tem a capacidade de fazer contas “astronômicas”! Sim, as coordenadas astronômicas são quem indicam o momento e o local do alinhamento.  Outro toque interessante presente no filme é o fato de que apenas o personagem que mais se assemelhava a uma criança, o qual não tinha nenhum julgamento dos outros humanos, foi quem conseguiu sair. Vejo neste detalhe o toque de que para que a liberdade seja alcançada, não basta o alinhamento astronômico por si só, mas é necessário o alinhamento interior do indivíduo representado pela pureza da criança.

Bem, além da sincronicidade do Cubo, a outra que particularmente me trouxe mais clareza foram duas mensagens de Kryon, uma dada em 3 de abril de 2005 em Miami, e a outra dada em 18/02/05 na ONU, às quais só tive acesso por volta do dia 13 de abril. Naquelas mensagens estão toques bem claros sobre dois dos símbolos presentes no sonho que acabei de compartilhar, o âmbar e o alinhamento astronômico.

O que ressaltou ainda mais a ressonância foi o fato de Kryon revelar que uma daquelas energias estava sendo entregue ao planeta por volta do dia 5 de março, sendo que meu sonho ocorreu no dia 3 de março, apenas dois dias antes!

O mais interassante é que a descrição que Kryon faz desta energia é essencialmente a mesma que captei ou recebi no sonho através do símbolo do âmbar! Kryon diz que a energia sendo entregue ao planeta é muito sutil e difícil de ser descrita, mas se tratava de uma “energia de paraíso” e equilíbrio! Uma espécie de retorno a um estado original da energia do planeta, um reencontro com o passado! Isto bate exatamente com o significado que atribuí ao próprio âmbar, sendo que na descrição que fiz do sonho utilizei literalmente a palavra paraíso. Outra dica importante que Kryon dá sobre esta energia está no seguinte comentário, “Esta energia não está necessariamente baseada no sistema solar, como muitas das outras estão.” Este comentário me parece uma dica de que existe uma importante fonte de energia e informação além do nosso sistema solar, quem sabe no centro da galáxia!?

Além disto, nesta mensagem Kryon pede aos astrólogos que façam uma análise astrológica do próprio planeta e que leiam os potenciais do caminho no qual está! Ele comenta que a Terra está às vésperas de um novo nascimento. Quem tem familiaridade com as informações de Kryon sabe que ele está se referindo ao ano 2012 que marca o início de uma nova consciência no planeta, um novo ciclo de iluminação, harmonia e equilíbrio, a Nova Jerusalém.

Estas informações de Kryon, mais os símbolos que surgiram no sonho se encaixaram perfeitamente com outra informação presente no livro Galactic Alignment, ajudando me a refinar e aprofundar alguns significados.

Em GA, JMJ escreve sobre a arqueoastronomia grega, a representação nos monumentos, construções e posicionamento de determinados locais geográficos da Grécia antiga de importantes eventos astronômicos. Para resumir a estória, pelo posicionamento de algumas construções importantes e sua relação com o céu, o Monte Olimpo, um lugar sagrado (a morada dos deuses), parece estar relacionado com o centro da galáxia e a porta de retorno da alma à sua verdadeira morada.

Além disto, há uma referência ao país dos hiperbóreos como um local onde possivelmente existia a crença em um falso centro do universo, representado pela estrela polar.

Sem me prender à questão da acuidade ou veracidade histórica, mas me focalizando na linguagem e significados simbólicos, ao unir estas informações ao mito do banimento de Apolo para o país dos hiperbóreos e às lágrimas de âmbar que chorou devido ao exílio, os símbolos presentes em meu sonho se revelam ainda mais como representações de um retorno ao centro verdadeiro, à morada dos deuses!

Bem, seguindo as instruções da alma continuo o aprofundamento sobre este alinhamento com o centro, em vários níveis, integrando as informações.

Como leitura já encomendei os livros “Timeu e Critias ou a Atlantida” de Platão, “Hamlet’s Mill: An Essay Investigating the Origins of Human Knowledge Through Myth” de Giorgio De Santillana, “Maya Cosmogeneis 2012: The True Meaning of Maya Calendar End Date” de John Major Jenkins e “A Monument to the End of Time: Alchemy, Fulcanelli and the Great Cross” de Jay Weidner e Vincent Bridges.

Como trabalho continuo a prática e o ensino da EMF, uma técnica de calibração do campo eletromagnético humano que tem como objetivo principal o alinhamento com a energia do centro, e a ativação e desenvolvimento de uma malha energética capaz de sustentar as novas energias e informações que estão sendo disponibilizadas neste momento de evolução coletiva . Não por acaso a EMF BT também está em processo de evolução consistindo de 12 fases que serão desenvolvidas completamente até 2012.

Conectando todas estas coisas continuo o processo de integração e expansão da consciência na viagem rumo ao centro em parceria com a alma, compartilhando ainda as compreensões que vou tendo através de minhas experiências, diluindo o véu que separa o consciente e inconsciente, o “real” e o imaginário, o humano e o divino.

20/09/2020
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